20 de abril de 2007

quantas ilusões

tudo tão parado
e o resto do dia...vai
percalços pelo caminho
só e sóbrio entre sombras
não sobra nada

o resto é ilusão perdida
conversa fiada
formataram a mentira
deram um nome: nickname

me beije e me faça esquecer
de tudo o que nos fez tão mal
a distância e a náusea
o ser e o nada
e existem estradas
que dificultam nosso sonho

não sei se salvo a nossa história
como rascunho de um destino
um nó desatado, uma rosa desbotada
a vida refletida em um copo d'água
a olheira e a tristeza refletida nesse espelho

atrás de mim, ninguém
nem um reflexo
só um eco de uma conversa desconexa
e a lembrança da embriaguez proveniente do seu cheiro

mesmo assim, serei teu escudeiro
protegerei o que for mais valioso em teu viver
morrer, talvez
ainda quero respirar
viver esses dias surreais
com menos mitos
e mais razão

que a terra lhe seja leve...

Tiago Renato

6 de abril de 2007

o preço

estagnados, carregando essas pedras
como no mito de Sísifo
sede, tenho muita sede
nas ruas, há pessoas
desertas, mortas, mas são pessoas

algumas seguem modas
outras acreditam em jornais
nunca mais trairei a sua confiança
façamos desse silêncio uma sonata
dançamos e descobrimos nosso destino

que desde menino cultiva dúvidas
mas se a dúvida é o preço da pureza
não venha me criticar por ser não cético
e duvidar até da própria sombra
profana mão a me guiar

profano dia a me matar

Tiago Renato

bêbados, mas de mãos dadas

será que amanhã o vento
lento como o passo
passará feito dia bom?

ainda que os amantes
andantes, embriagados, anônimos
sem espelho e identidade
encarnando qualquer heterônimo
morram feito esperança?

Tiago Renato